Colégio Farias Brito, antigo Colégio Claretiano, Guarulhos
Por Marco Antônio Furtado de Sousa, o Bahia:
Peguei folga do trabalho na última sexta-feira e fui até Gothan City para resolver alguns problemas bancários, afinal minha conta ainda é da boa e velha agência do agora Santander Banespa, ali na Capitão Gabriel, pertinho do Fórum e também para ir ao Ciretran da cidade.
Cheguei no Ciretran umas 9 e pouco, quando fui informado que este não abriria em um dia de ponto facultativo (PQNES?). Fui caminhando pela Luis Faccini, depois pela Nilo Peçanha, até chegar na Felício Marcondes e depois ao Banespa (ou Santander, como queiram). Enquanto alguns camelôs montavam suas barraquinhas, não pude deixar de ver que o tiozão da barraca do milho assado (pense) já tinha em sua churrasqueira umas 5 ou 6 espigas, umas bem amarelinhas e outras bem tostadas (já com alguns grãos estralando que era uma beleza).
Enfim, nada diferente. Típico de um passeio pelo Centro de Gothan.
Fui ao banco e como ele ainda estava fechado, resolvi caminhar até o saudoso Colégio Farias Brito, outrora chamado de Colégio Claretiano, um dos mais tradicionais de Guarulhos nas décadas de 70 e 80, respeitado pela qualidade de ensino, temido em Olímpiadas colegiais e acima de tudo, admirado pelos seus próprios alunos. Pois bem, o tempo passou, gestões foram se sucedendo até que Deus colocou vocês em minha vida e acabamos estudando juntos nos anos de 93 a 95 (eu, Fábio e Moredo) e em 96 e 97 tivemos o prazer de conviver com o Neto e o Renatão.
Enfim, quando estávamos lá já percebíamos (o Fábio principalmente, por ter estudado nos dois colégios) que os tempos eram outros e que o caminho seria um só: O FIM.
É amigos, andei na última sexta-feira naqueles corredores em que dávamos nossos "moshs", jogávamos nosso futebol com aquela velha e surrada bola do Corinthians ou simplesmente batíamos nosso papo entre uma aula e outra ou entre um Frei Damião e mais um daqueles "limpando, limpando" (e comendo) que a Dalva fazia em nossos cafés-da-manhã improvisados nas mesas dos professores.
O que encontrei? Corredores abandonados, paredes sujas, janelas velhas, pátio pequeno, fachada pichada...
Paredes que transmitiam futuro pra gente, hoje em dia me lembram antiguidade.Janelas que nos davam ar para respirar em meio à pressão do vestibular, hoje me mostram que o tempo parou naquele lugar.Corredores que eram longos e tranquilos, hoje são espremidos e sufocantes.Pátios grandes como nossos sonhos, hoje são espremidos com um prédio feito em meio a ele.Nossas quadras, que um dia foram escritas pelas letras do Colégio Farias Brito, hoje estão sem nomes, sem identidade.Fachada imponente, em meio à praça Teresa Cristina, com os dizeres "Colégio Farias Brito", hoje é uma exposição cultural, tamanha é a quantidade de pichações naquela que já foi da maior escola de Guarulhos.
Aí eu lhes perrrgunto (à la Marcelo Resende)
O que fizeram com nossa escola nesses 10 anos?
O que fizeram com a maior escola de Guarulhos?
O que fizeram com o lugar em que eu já tive, depois de anos e anos, orgulho de ter feito parte?
O que fizeram do lugar em que nos conhecemos?
O que vocês esperam ver no dia 16, quando nos encontraremos na Festa Junina da Escola que nos colocou nas universidades em que nos formamos? Já adianto a vocês a triste constatação do que vi na última sexta-feira.
SIMPLESMENTE ASSASSINARAM O COLÉGIO FARIAS BRITO. COMO PUDERAM FAZER ISTO?
Abraços a todos e até o próximo dia 16.
Bahia
